Cult: Poemas para ler antes das notícias

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Resenhas - Cult Antologia Poética


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Clariar 26/08/2023

Esse livro simplesmente não funcionou para mim.
Amo poesia, os temas são super relevantes e a ideia da antologia é ótima... mas eu não gostei da maioria dos textos escolhidos.
Livro pequeno e cansativo.
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Eduardo 20/07/2021

Gostei da leitura dessa antologia, parece cumprir exatamente o que promete: dar uma amostra de poetas vivos com poemas que dialogam e desejam intervir nas questões sociais de nosso tempo.

Durante a leitura fui tentando organizar os poemas em grupos, percebendo afinidades entre os poemas. Os poemas de André Luis Pinto, Tatiana Pequeno, Danielle Magalhães e Bruna Mitrano são de um tipo de poesia que me interessa demais, parecem trazer algo novo dessa geração na relação com as pautas chamadas "identitárias". Me interessa por levantarem bem algo que me parece uma questão significativa dessa geração, trazendo suas contradições pro poema.

Os poemas de Diego Vinhas, Tarso de Melo, Antônio Moura, Jarrid Arraes, Heleine Fernandes, Paulo Ferraz, Nina Rizzi, Catia Cernov, Pieta Poeta, Josoaldo Lima Rêgo e Luiz Guilherme Barbosa parecem constituir, aos meus olhos, o grupo relativamente mais homogêneo dentro da antologia. São poemas que a novidade que trazem parece ser mais social do que estética, se aproximando da denúncia. Não é o tipo de poema que eu gosto particularmente, apesar de concordar com a mensagem contida em todos eles.

O poema de Horácio Costa se aproxima dos poemas do grupo anterior pela denúncia, mas se destaca por um ritmo "literário" bastante próprio, que me pareceu singular em toda a antologia.

Também dialogando com essa poesia de denúncia, gostei da presença na antologia de poetas de outra geração: Carlos Assumpção, Cuti e Conceição Evaristo. Comparar estes poemas com os dos poetas mais jovens ajuda a pensar nas transformações da luta contra o racismo no Brasil - inclusive, o poema de Evaristo tematiza a questão geracional.

Lubi Prates e Letícia Brito, duas poetas que circulam pelos circuitos de saraus, conseguem trazer muito bem o ritmo da oralidade para seus poemas. A leitura deles faz de imediato o leitor imaginar os sons em uma declamação.

Heitor Ferraz e Natasha Félix, poetas de gerações bastante diferentes, de algum modo me remeteram à poesia da alta modernidade e talvez sejam os poetas de que mais gostei na antologia.

Helena Zelic e Tertuliana Lustosa conseguiram fazer uma combinação que me pareceu inusitada e que funcionou muito bem: a questão "identitária" com um tipo de poesia "fofa", de esquentar o coração (e isso não é um comentário irônico). De modos e lugares sociais bastante diferentes, encontrei esse mesmo efeito muito bem realizado nos dois poemas.

Entrando agora nos textos que me geraram algum tipo maior de dificuldade...

O texto (conto?) de Cláudio Oliveira dialoga muito com outros poemas pela questão "identitária", mas me causou um estranhamento, pois me parece um conto - e não um poema em prosa - um tanto deslocado em uma antologia poética. Reuben e Marcelo Diniz dialogam com o Concretismo, que não é muito minha praia. O fragmento do poema de Piero Eyben me pareceu insuflado demais para o tema tratado. Bruno Domingues Machado constrói uma imagem interessante no que me pareceu um poema em prosa, mas juro que não entendi como ele se relaciona com a temática da antologia. Por fim, os poemas de Eliane Potiguara e Marcia Wayna Kambeba me fazem pensar que eu ainda tenho dificuldade de entender o lugar social da poesia indígena, e isso de certo modo transforma o sentido dos poemas de um jeito que ainda não consigo precisar muito bem.
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