Rodízio de contos

Uma antologia pode ser um tratado acerca de flores ou, como no presente volume, um encontro de contistas. A nosso ver, tais reuniões poderiam ocorrer periodicamente, de quatro em quatro anos. Por exemplo, regidas pela paixão à arte literária, uma anfitriã exigente mas extremamente bela e simpática. Esses eventos quadrienais não só serviriam para aproximar circunspectos ficcionistas, acostumados à solidão do gabinete de trabalho, como também à realização de balanços capazes de conferir o progresso ou de revelar o surgimento de deficiências no gênero em foco. No RS, a primeira vez que aconteceu importante reunião de contistas abrigados entre as páginas de um mesmo livro foi em 1962, quando nove autores, inconformados com o silêncio dos vinte anos precedentes, se rebelaram, correram riscos. Uma reunião mais para subversiva do que para festiva, cuja validade o tempo se encarregou de comprovar, pois a maioria dos nove está por aí, brilhando no cenário literário nacional e alguns até editados no exterior.

(...) Embora mais ou menos descontraídos, estes encontros de contistas estão submetidos a certas regras indispensáveis ao alcance de resultados que satisfaçam. Rodizio de Contos, não pretendendo ser exceção, encampou critérios que os organizadores consideraram razoáveis, tendo em vista o momento do conto entre nós e as normais limitações de um empreendimento desta natureza, quer no plano gráfico, quer nas possibilidades de mercado. (Os organizadores).

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