ROSSHALDE é o romance de um lar em dissolução, a história pungente de um homem que, solitário em sua própria casa, se refugia nas artes, trabalha até a exaustão e luta com todas as forças para conquistar o afeto do filho pequeno, já que o mais velho dele se apartara irremediavelmente, mantendo ambas relações que se assemelhavam às de "dois embaixadores de potências inimigas. Os vínculos que o ligavam à mulher e é impossível restaurá-los, nem mesmo à hora trágica em que o menino Pierre é levado pela morte.
O livro mostra o processo de redescobrimento do pintor, de sua identidade. Um casamento mal-sucedido com Adele, um amor forte pelo filho caçula, Pierre, uma relação conflituosa com o filho mais velho, Albert e a pintura como seu suporte, este é o universo de Veraguth.
O pintor encontra-se como que preso a Rosshalde, incapaz de abandonar sua vida medíocre, segundo seu amigo Otto Burkhardt. A visita deste amigo, que passa alguns dias em Rosshalde, ajuda Veraguth a olhar para si próprio e analisar o que fora a sua vida até então. Há todo um processo reflexivo sobre o personagem, sua identidade, sua arte, e sua necessidade, seu casamento, seus filhos, tudo o que é representativo em sua vida. Como se Veraguth olhasse através do espelho da alteridade, simbolizada por seu amigo Otto, e vislumbrasse a si próprio e tudo o que ele poderia ser.
Como todo processo de auto-conhecimento, conflitos internos surgirão, e o que o pintor precisa é de uma mudança, enfrentar-se, soltar-se de tudo aquilo que lhe prende a Rosshalde. À medida que se descobre, o pintor muda e assim caminha para a liberdade que é o encontro com si mesmo.
O livro nos traz reflexões filosóficas, como o porquê da necessidade do artista de criar, e nos coloca possibilidades de posicionamento frente às dificuldades da vida. É um livro que nos diz muito da natureza humana, mostra traços da simplicidade infantil e suas pequenas-grandes descobertas, a gravidade de escolha de vida à maneira estóica e toda sua impassividade e sutilezas de um relacionamento conjugal malsucedido.
Diversos modos de vida são mostrados, como se cada personagem representasse um deles, todos circulando no universo do artista. Hesse nos possibilita ler o olhar do artista e talvez seja possível, assim como Johann se compreende a partir de Otto, o leitor se compreender a partir de Johann.
(retirado de http://resumos.netsaber.com.br/ver_resumo_c_4170.html )
Literatura Estrangeira / Ficção / Romance