O livro reúne cartas – a primeira delas lida na missa de sétimo dia, no Recife, em janeiro de 2000 -, e textos rememorativos publicados na imprensa de Pernambuco e do Rio de Janeiro, permeados por um retrospecto da trajetória e das homenagens prestadas a Marcantonio, sejam com o seu nome em escolas da Amazônia, em sessão na Câmara dos Deputados, no Prêmio CNI, SESI, SENAI para as artes plásticas, ou num poema do nosso Carlos Nejar. Tanto quanto sobre o seu legado de artista plástico e marchand - um dos maiores colecionadores de arte contemporânea brasileira, doador de diversas obras de sua coleção para museus em todo o mundo. E que, pelo seu empenho na divulgação da produção nacional, fortaleceu a imagem do Brasil internacionalmente.
Tudo a compor, ressalve-se, uma antologia de crônicas cadenciadas por uma prosa poética cuja beleza toca fundo no coração do leitor. A saudade desses pais os leva a buscar compreensão, apoio – mais do que consolo, talvez -, em textos memoráveis sobre a dor, a vida, a morte. E aqui está um outro interesse de que o livro de Maria do Carmo e Marcos Vilaça se reveste: o de um itinerário de leituras. De São João da Cruz a Manuel Bandeira, de Joaquim Nabuco a José Sarney. E Euclides da Cunha, Abgar Renault, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Rachel de Queiróz, Fernando Sabino, Álvaro Moreyra, Adélia Prado, Walter Benjamin, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Pablo Neruda, Gilberto Amado, Carlos Fuentes.
Sinopse por Antônio Torres em Jornal do Commercio (RJ), 19/10/2015
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