A história do Scorpions não foi igual às outras. Eles vieram da Alemanha, que até então nunca havia dado à luz uma grande banda de rock. Tiveram que aprender a cantar no idioma oficial do estilo, o inglês, lutando para esconder o forte sotaque. E nenhum de seus integrantes fazia o estilo "rockstar" galã, daqueles que vendem discos só de colocar a foto na capa. Quando uma banda assim vende 100 milhões de discos, alguma coisa está muito errada. Ou muito certa.
Contar essa história já valeria um livro, mas o mais notável em Scorpions: Minha história em uma das maiores bandas de todos os tempos, do baterista Herman Rarebell, não são os tradicionais excessos da tríade sexo, drogas e rock and roll, ingredientes sempre presentes nas autobiografias de roqueiros sessentões. Rarebell relembra fatos históricos, como a noite em que Gorbachev recebeu a banda no Kremlin, fala sobre a vida na estrada e ainda dá dicas para as novas bandas. Se a história do Scorpions é única, este livro também é - um relato honesto e divertido de sua experiência como baterista de uma das maiores bandas de rock do planeta.
Felipe Machado
Jornalista, escritor e guitarrista do Viper
Biografia, Autobiografia, Memórias / Literatura Estrangeira