Esse livro não tem a intenção de ser simplesmente uma análise crítica a uma história contada, mas acima de tudo, uma denúncia ao que tenho percebido nos nossos ambientes de fé. É uma tentativa de discernir se em mim existe vestígios farisaicos, que me fazem tratar os outros com deméritos, na ambição de aparentar ser menos pecador que os outros. Confesso que nossos ajuntamentos são propícios para esse tipo de engodo e que as vezes sem perceber, vamos trilhando o caminho da barganha, com nossos corações repletos de justiça própria. Olhar para si, não é o problema, o problema é olhar para si e conseguir encontrar merecimentos. Qualquer investigação sincera que é feita dentro de si, encontrará apenas imerecimentos. Só nessa circunstância a graça fará o que ela se propôs a fazer, que é justamente dar o que não merecemos. Olhar para o outro não é o problema, o problema é olhar com olhos condenadores, e acreditar que a graça que repousou em mim, não pode repousar no outro. Quem olha para si e só encontra qualidades e para o outro e só encontra defeitos, tira uma selfie do próprio coração e se condena naquilo que ele pensa estar sendo aprovado. A religião tem o poder diabólico de mudar o exterior sem que haja mudança interior. Sim, o individuo é convidado a seguir uma cartilha da fé e dogmas que o fará viver uma aparente santidade, por isso hipócritas são criados em série no ambiente religioso, pessoas que se vestiram com roupagens de piedade e se enfeitaram por fora, quando por dentro só existe cheiro de morte e podridão. Bem disse Jesus que não se coloca remendo novo em vestes velhas, porque se assim for feito rasgará toda a roupa. Claro uma hora a essência podre irá vir a tona, e ficará evidente que era tudo aparência! Conversão que muda o exterior, mas não causa nenhum tipo de mudança interior, não é conversão, é roupagem farisaica com aparência de piedade.
Autoajuda / Religião e Espiritualidade