Serafim Ponte Grande, que Oswald de Andrade escreve nos anos de euforia do movimento modernista e da fortuna cafeeira no Brasil (os anos 20), só vem a ser publicado em 1933, depois da crise econômica e da guinada ideológica do escritor. Em Serafim, Oswald funde a linguagem poética da modernidade ao discurso satírico, para fazer uma devassa na língua, na literatura e na própria sociedade de seu tempo. Quer expulsar com seu riso escancarado e orgiástico as normas que sacralizam modelos artísticos ultrapassados e regem a mentalidade provinciana. Este livro de fina literatura, libertário, também surpreenderá o leitor com o diagrama de um Brasil de novo atual. Com a palavra, Serafim: "Tenho um canhão e não sei atirar".
Ficção / Literatura Brasileira