Sermões de ser mãe

Sermões de ser mãe Mariana de Lacerda


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Sermões de ser mãe





“O mundo da maternidade era-me totalmente alheio. Não havia vivido a experiência das enormes famílias de antigamente, em que os filhos mais velhos cuidam dos menores (ou, ainda que não cuidem, convivem diariamente com os caçulas) e, portanto, têm uma ideia bem concreta sobre o que esperar de um bebê. Quando meu único irmão nasceu, eu tinha três anos, pouco mais que um bebê eu mesma. Meus primos mais velhos tinham filhos, mas eu os via ocasionalmente, e por poucas horas. Sabia, portanto, muito pouco sobre bebês, mas tinha ideias bem firmes sobre como eu achava que uma mãe devia ser, e quais as suas responsabilidades perante o filho.”
Como cada cultura, cada sociedade, cada grupo impõe diferentes expectativas e diferentes responsabilidades sobre as mães, as dificuldades que elas enfrentam para exercer seu papel são também diversas, mudam de um lugar a outro, de uma época a outra, de uma classe social a outra. O comportamento materno tem um forte componente cultural. Por mais que exista o instinto de preservar a cria, isso pode ser feito de muitas formas diferentes. Afinal, se, para a biologia, o que importa é que o filhote atinja a maturidade, e seja saudável e capaz de procriar, isso pode ser atingido de várias formas. Assim, cada sociedade institui a sua maneira de manejar os bebês. Um modo adequado à rotina daquela sociedade e que transforme o bebê num adulto capaz de exercer seus papéis naquele grupo.
Nossa cultura vive uma contradição, pois diz valorizar muito os bebês, mas valoriza muito pouco as mães e a maternagem. Ser pai e mãe, cuidar de bebês, tornou-se depreciativo. É algo que pessoas inteligentes, com boa formação e bons empregos, devem encaixar em uma pequena parte de suas vidas, em seu “tempo livre”, como se fosse um lazer. A maternidade perdeu parte de seu status social ao não mais simbolizar a entrada das mulheres no mundo adulto. A vida profissional, sim. Muitas vezes, a mulher só encontra reconhecimento social no trabalho fora de casa. As crianças têm sido encaradas como uma “interrupção” da vida real da mãe. Esperamos que em alguns anos, meses, ou até semanas, a mulher esteja de volta aos “verdadeiros desafios da vida”.
Como deve ser uma mãe, afinal? Este livro narra em que minhas ideias preconcebidas diferiram da experiência real em vários aspectos da vida ligados à maternidade. O nascimento de um filho, especialmente do primeiro filho, não é um acontecimento ou evento pontual na vida dos pais. Trata-se de uma situação de movimento, em que todo o resto terá que ser reacomodado. Da assunção de uma nova identidade que se refletirá em toda a rotina anteriormente estabelecida no casamento e na profissão, e mesmo em como os pais se sentem em relação ao casamento e à profissão. Portanto, é um livro sobre mudanças de rota. Os diferentes capítulos abordam alguns desses pontos de mutação, bem como aspectos particulares de confronto entre expectativa e realidade. O parto, a amamentação, o desmame, o casamento. O que é ser mãe? O que é ser uma boa mãe?

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ArtemAsia.Alice
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14/11/2013 01:13:19

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