A filosofia, tal como concebida nas origens gregas, confundia-se com a metafísica, pretendia apreender a essência, indo além do que os sentidos, por serem oscilantes, mascaravam. Com Aristóteles, a desconfiança da observação cai por terra, enquanto a descrição e a organização tornam-se requisitos para a produção do conhecimento.
Mas como estudar, examinar e descrever um objeto impalpável, cuja forma é indeterminada, e a existência, duvidosa? Se a ideia de alma não era uma novidade para os gregos, o modo como Aristóteles acerca-se dela é, no mínimo, original.
Descrevendo a alma com a mesma técnica de precisão com que estudava uma cadeira, Aristóteles formula as bases da psicologia. A alma é definida a partir de seus efeitos, como a sensação, a percepção e a contemplação. Ela é também o princípio que insufla vida na matéria, nos animais e nos vegetais. Por fim, a alma habita o corpo, aproxima o sensível e o inteligível, funde as duas faces da mesma moeda.
Filosofia