"As nuvens se acumulam acima do claustro e a noite pouco a pouco assombra as lápides onde se inscreve a moral que atribuímos àqueles que estão mortos. Se eu tivesse que escrever aqui um livro de moral, ele teria cem páginas, e 99 ficariam em branco. Na última, eu escreveria: 'Eu não conheço senão um só dever e este é aquele de amar'. E, para o resto, eu digo não. Eu digo não com todas as minhas forças. As lápides me dizem que isto é inútil e que a vida é como o sol que nasce e se põe. Mas não vejo o que a inutilidade subtrai à minha revolta e sinto o que ela acrescenta".
Albert Camus, setembro de 1937.
Filosofia