Soldados não choram

Soldados não choram Fernando Alcântara de Figueiredo


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Soldados não choram


A vida de um casal homossexual no Exército Brasileiro




Na revista Época de 2 de junho de 2008, em reportagem de Rodrigo Rangel e Solange Azevedo, dois sargentos que se conheceram no Exército revelaram o relacionamento que mantêm há mais de uma década. Trata-se de um marco na história das Forças Armadas brasileiras, pois é o primeiro casal gay a se assumir como tal ainda dentro da instituição. Neste livro, o agora ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo descreve a vida com seu companheiro Laci Marinho de Araújo e os desdobramentos da revelação pública de sua homossexualidade, que despertou a atenção de toda a mídia brasileira. A aparição mais polêmica e tumultuada foi no programa ao vivo de Luciana Gimenez, na Rede TV!, no dia 6 de junho de 2008, de onde Laci saiu preso e algemado, acusado de deserção.



Mas Fernando vai além desse episódio, que abre o livro, e da revelação de sua homossexualidade. Corajosamente, denuncia a violência gratuita na formação dos soldados (que inclui aula de tortura), a precariedade dos quartéis e escolas do Exército, práticas de corrupção em repartições militares, o assédio sexual na caserna e a perseguição homofóbica de que ele e Laci foram vítimas – assim como outros tantos soldados que, entretanto, não têm como se proteger. Entremeando tudo isso, a história de dois homens lutando dignamente pela sobrevivência, que começa ainda na infância sofrida, no Nordeste – e pelo direito de amar, seja qual for a forma de amor.



Soldados não choram — A vida de um casal homossexual no Exército do Brasil (Depoimento a Roldão Arruda), de Fernando Alcântara de Figueiredo, é o fruto positivo de um drama infame da história recente. Pois a partir do drama e da infâmia que lhe deram origem, esclarece, aprofunda e pereniza o registro de um caso que, afinal, enfraquece a própria causa dessa infâmia e desse drama: a homofobia institucionalizada nas Forças Armadas. O que bastaria para justificar sua relevância e seu interesse. Além disso, ao contrário do que pretende o próprio Exército, este não é uma entidade à parte da sociedade brasileira. Portanto, como demonstra a imensa repercussão inicial do caso, tudo isso transcende o Exército para falar da própria sociedade.

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on 21/3/21


Quem disse que homens não podem chorar... podem sim é devem. O caso deles não é nem uma exceção tem vários militares e ex-militares que sofrem perseguição e abuso de autoridades.... leia mais

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