Sonhos (Reflexões Junguianas)

(...) Podemos compreender todo sonho como um drama no qual nós mesmos somos tudo, ou seja, o autor, o diretor, os atores, o ponto e também os espectadores. Se tentarmos entender o sonho desse modo, o resultado é uma compreensão surpreendente para o sonhador do que está ocorrendo nele fisicamente, "pelas suas costas", por assim dizer.

A surpresa pode ser vivenciada como dolorosa, prazerosa ou esclarecedora, dependendo de como aceitamos a atividade do sonho na consciência. Ele quase nunca representa algo que já é consciente, mas, em vez disso, traz conteúdos que ou equilibram uma atitude unilateral da consciência ou completam o que está faltando naqueles conteúdos da consciência que são limitados demais ou que não são considerados suficientemente valiosos. (...)

Esses ensaios reunidos da renomada psicanalista Marie-Louise Von Franz oferecem insights fascinantes ao estudo dos sonhos, não apenas psicologicamente falando, mas do ponto de vista histórico, religioso e filosófico. Nos primeiros dois capítulos, a autora oferece explicações gerais sobre a natureza dos sonhos e o uso deles em análise. Ela examina como eles podem ser usados no desenvolvimento do autoconhecimento, e descreve como C. G. Jung trabalhava com seus próprios sonhos e os modos fatídicos pelos quais eles se entrelaçaram ao curso da vida dele. No restante do livro a autora relata e interpreta sonhos de personagens históricos: Sócrates, Descartes, Temístocles e Aníbal, e as mães de Santo Agostinho, São Bernardo de Claraval e São Domingos. São reveladas ligações entre a história pessoal e familiar dos sonhadores, bem como os costumes individuais e coletivos da época deles. A obra inclui também outros escritos indisponíveis ao público ou nunca antes traduzidos.

Psicologia