Suicide Note discute transumanismo, história, religião, morte, niilismo e outras questões de ordem filosófica, em um tom alternadamente acadêmico e sarcástico. Sua tese central é a de que a vida é fundamentalmente sem sentido, que não há base para uma escolha pela vida ao invés da morte, um pensamento que Heisman consumou na escadaria do Memorial Church, igreja nova-iorquina.
Heisman inicia sua carta de suicídio apontando que a futura repressão de sua obra será a comprovação da veracidade de sua hipótese sobre liberdade de expressão. Ele então sugere ao leitor que discuta suas conclusões como modo de testar a alegação tradicional de total defesa da liberdade de expressão no sistema liberal democrático contemporâneo, o qual é a pedra angular deste sistema político. Heisman então parte para uma explicação do objetivo de seu trabalho: demonstrar a origem da democracia liberal no conflito étnico entre os conquistadores normandos e os dominados anglo-saxões na Inglaterra do século XI.
Naquilo que denominou como “experimento de niilismo”, o autor questionou o que chama como prejuízo irracional da vida contra a morte; ele recorre a uma ideia de eliminar aquilo que denominou como “viviocentrismo”, que nada mais é do que a glorificação da vida sobre a morte a qual a maioria das pessoas se apega.
Heisman não acreditava na racionalidade de qualquer coisa, tampouco de seus próprios instintos. Sua falta de crença o conduziu a conclusão de que não existem valores inerentes em nada, nem mesmo nos valores em si, logo, o valor da vida que a maioria das pessoas possui é algo infundado. A vida não possui nenhum valor inerente e, com efeito, não há um motivo para escolher a vida ao invés da morte. E, como cada valor é fundado na vida em si, confrontar cada um ao desejar a morte é o método correto para atingir a verdade sobre haver algo realmente importante na vida, qualquer coisa que racionalmente valha a pena ser vivida.
Filosofia / Psicologia