Mario de Andrade dizia que a “poesia é uma arte que é sempre proposição de verdades, mas verdades antilógicas, paralógicas, supraverdades, definições intuitivas e não dedutivas”. Isso quer dizer, que a lógica “prejudica a realidade lírica e livre da poesia”. Talvez Mario de Andrade tenha esquecido de que é o poeta que escolhe qual o caminho que deseja, a ficar no caminho da supraverdade lírica ou trilhar o caminho engajado da lógica no conceituar a realidade dedutiva, ou ficar perdido sem caminho algum ou ficar entre a supraverdade e a verdade dedutiva. Como Mario de Andrade era um adepto do alindamento do mundo, escolheu as definições intuitivas e não dedutivas, portanto, nesse caso, a poesia enquanto arte e proposição de verdades antilógicas, acaba servindo para alindar as coisas absurdas do mundo na sua fétida supuração.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias