Terceiro livro da coleção Teoria da História, de José D'Assunção Barros. São apresentados dois outros paradigmas historiográficos que se iniciam no século XIX e se projetam para a historiografia contemporânea: o Materialismo Histórico, e o 'paradigma da descontinuidade', aqui compreendido como o conjunto de contribuições que, a partir de Nietzsche e chegando a Foucault, começa por criticar os aspectos teleológicos da história, a ilusão do progresso, a prática da 'retrodição', ou mesmo a própria noção linear de continuidade histórica. O capítulo sobre o Materialismo Histórico desenvolve uma ampla discussão sobre os princípios e conceitos fundamentais desse paradigma (Materialismo, Dialética, Historicidade Radical, Modo de Produção, Classe Social, Luta de Classes, Praxis, Ideologia) e aprofunda a discussão sobre o Determinismo em História, mostrando como este debate se desenvolveu em autores diversificados ligados ao Materialismo Histórico, como E. P. Thompson, Hobsbawm, Gramsci, Althusser, Pierre Vilar, Perry Anderson, Godelier, Walter Benjamin e muitos outros, além dos próprios Marx e Engels. Uma distinção importante é estabelecida entre o Materialismo Histórico, o Marxismo (no sentido político) e o pensamento marxiano (o pensamento específico de Marx, com suas idiossincrazias), mostrando que estas categorias não se sobrepõem necessariamente. Momentos importantes do segundo capítulo, que discute o 'Paradigma da Descontinuidade', são a discussão sobre a prática historiográfica da Retrodição (que traz para o debate autores externos à corrente nietzchiniana, inclusive Walter Benjamin e Gula) e a oscilação possível da História entre a Ciência e a Arte. O pensamento específico de Karl Marx, embora apresentado em suas linhas fundamentais já neste livro, é discutido na sua especificidade, para além da inserção no Materialismo Histórico, em um dos capítulos do quarto volume da mesma coleção. Os novos marxismos historiográficos também são discutidos no sexto volume da coleção.
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