A chamada teoria austríaca do capital foi baseada no trabalho de Eugen von Boehm-Bawerk. Seu livro A Teoria Positiva do Capital (1889) 2 desencadeou uma controvérsia que dura até os dias de hoje.
Na visão da escola austríaca, o proceso económico se constitui na incorporação dos "fatores originais de produção" em bens de capital, de maior ou menor duração, que por sua vez produziriam valor ou utilidade, à medida em que fossem consumidos.
Entre a incorporação original do fator de produção e seu desfrute final no consumo decorre um intervalo de tempo chamado "período de produção".
Numa população em equilíbrio pode ser demonstrado que a população total ("estoque de capital") é igual ao número anual de nascimentos ou mortes ("renda") multiplicado pela longevidade média ("período de produção") . Portanto, quanto maior o "período de producão" maior será a será o número de "bens de capital" por unidade de "renda". Se o "periodo de produção" for constante, a "renda" dependerá exclusivamente do capital previamente acumulado. Isso contibuiu para mostrar os salários numa nova forma.
Infelizmente a utilidade prática da teoria de Böhm-Bawerk fica muito prejudicada pelo fato de que ela somente é válida em estados de equilíbrio. Os grandes problemas da teoria de capital são de caráter dinâmico e uma explicação baseada em comparações estáticas ajudam muito pouco para resolvê-los.