Terra Nua

Ele viajava a cavalo para leste desde a madrugada, na direção do sol em ascensão. À sua esquerda estava o rio, como uma serpente preguiçosa, deslizando em silêncio através dos pantanais, nenúfares e brejos esverdeados pelo arroz silvestre. À direita, ficava a orla da floresta e, à frente, a desolada extensão de escarpas, que representavam o começo de Stone Country. Ia sentado frouxamente na sela, com o pé na ponta do estribo, a cabeça curvada para proteger-se da claridade ofuscante, o corpo esguio oscilando ao passo esquipado do animal. A poeira erguia-se à sua passagem em pequenos torvelinhos acinzentados. Fustigava-o o calor abrasador sob o céu azul, que -lhe ressecava os lábios, queimava-lhe os olhos e descorava sua pele já queimada e ásperera. Mas ele prosseguia, incansável e paciente, rumo à cordilheira avermelhada, onde os espinheiros brotavam entre as pedras, e plantas rasteiras introduziam as raízes nas fendas do arenito...