Todos os dias

Todos os dias Jorge Reis-Sá


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Todos os dias





Diz-se do povo português, que tem a melancolia na alma. Que os acordes de um fado, essa música bela e triste, se refletem na literatura de além-mar. Principalmente na produção contemporânea. Jorge Reis-Sá, um dos talentos da nova geração de escritores portugueses, explora a tendência para a nostalgia numa trilogia da perda, composta por volumes de leitura autônoma, e iniciada em Todos os dias.

Neste primeiro romance de Reis-Sá, uma família do norte de Portugal, a região mais tradicional, se depara com a morte de um ente querido. Com extrema sensibilidade, o autor mostra como os que restaram reestruturam suas vidas de acordo com essa perda. Como refazem, passo a passo, os pequenos atos do cotidiano e como encontram alívio e conforto na previsibilidade de suas ações. Na constância de seus afetos.

A narrativa é dividida por quatro personagens, todos íntimos de Manuel Augusto, jovem que abandonou a faculdade para se tornar escritor e morreu. Temos Justina, a mãe; António, o pai; Fernando, o irmão; e Cidinha, a avó, também já falecida. É por meio de seus olhos que montamos, aos poucos, a imagem de nosso protagonista e os sentimentos que desperta na família. Reis-Sá divide a ação pelas diferentes fases do dia; Aurora, Manhã, Almoço, Tarde, Crepúsculo, Jantar e Noite. Além de um epílogo intitulado Tarde demais.

Os capítulos, curtos, mesclam passado e presente. Memória e realidade. E nos fazem mergulhar em relações interpessoais densas, repletas de saudade, amor e até amargo ciúme. Pela simplicidade de linguagem, pela recuperação lírica das vivências de uma família suburbana, pela percepção das relações estabelecidas entre parentes vivos e mortos, pela narrativa fragmentária e ao mesmo tempo concatenada, Todos os dias se revela uma leitura obrigatória.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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É de gestos iguais que se fazem os dias.
on 11/2/14


Uma casa habitada por uma família, suas dores, saudades, silêncios, ausências e também por um segredo. O cotidiano simples de acordar, sair para o trabalho, cuidar da casa, voltar no final do dia, sentar-se junto para o jantar, é narrado através da prosa lírica e delicada de Jorge Reis-Sá transformando esse livro em uma pequena obra prima. O cotidiano de um casal já aposentado, seus dois filhos, a avó já em idade avançada, e um neto que preenche essa casa com alguma alegria constituem ... leia mais

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Marcos
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Jenifer
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