Um Criador de Histórias revela a angústia do narrador, Israel, um solitário ancião que vive inconformado com a brevidade da vida e com o desgaste do seu corpo, que já não obedece a sua mente inquieta, criadora e incansável. Orgulhoso por acreditar que só conta histórias verídicas, ele é visitado por um estranho contador de histórias que o faz pensar sobre a incapacidade e a desnecessidade humanas de se alcançar a verdade dos fatos.
Convencido sobre a capacidade que qualquer história tem de apenas ser verossímil, Israel desfaz sua intransigente mania de perseguir a verdade e mergulha nas emoções de uma história contada pelo visitante que muda para sempre a sua vida. Essa história gira em torno de um romance entre duas pessoas que se conhecem através dos sonhos. Uma delas, Rêyon, acreditando que seus sonhos são, na verdade, uma vida paralela à realidade em que vive, resolve procurar pela onírica amada. Em sua busca ele vive aventuras que levam o leitor a associá-las ao cotidiano.
Traz críticas ao estilo da sociedade, destacando como pontos negativos, entre outros, a busca dos indivíduos pelo poder como um fim em si mesmo, o preconceito racial e o fato de se incutir nas pessoas, através do temor e da reverência exacerbada, a figura de uma divindade tão apegada às coisas materiais quanto o próprio ser que a criou. Com uma linguagem simples, procurando a cumplicidade do leitor, o narrador provoca bastantes reflexões sobre a vida.