Verdes quase cinzas

Verdes quase cinzas Renato Pugliese


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Verdes quase cinzas





Verdes quase cinzas nos leva a (re)pensar sobre como enxergamos o mundo; não sobre os pontos de vista de cada um, mas sobre como vemos e recebemos as cores de tudo. Se o senso comum nos leva a crer que todos os olhos veem igualmente os objetos — as pessoas, o céu e a terra —, a leitura desta obra nos provoca a refletir sobre como as realidades concretizadas, física e humanamente, nem sempre condizem com as esperadas por nossas expectativas. Ficamos, quase sempre, nos quases.

Mariana, a protagonista da narrativa, é uma mulher cujos desassossegos são “seus problemas com a cor azul” e seu desejo de “experimentar como seria tocar intimamente outro homem”. A cada capítulo, por meio da focalização onisciente, o(a) leitor(a) acompanha — de forma muito próxima — a história da vida de Mariana: o ingresso na Licenciatura em Física, a intensidade de sua vivência como uspiana, a sua compreensão especial sobre a visão humana, a relação de amor com Cassiano, os flertes com amigos e o início da carreira como professora de Física na rede pública do Estado. Mas essa certa aproximação com a vida da personagem é colocada em hesitação pelo próprio narrador: “Há anos que as lembranças da vida de Mariana atuam como fantasmas no meu cotidiano, e sinto que é preciso contar essa história. Contudo, contar a história de alguém não é nada fácil. O ponto de vista do narrador é apenas um ponto de vista. A coisa funciona assim, sempre funcionou e deve funcionar aqui também”.

Apesar dessas (e outras) incertezas levantadas sobre o ato de narrar, o fato é que, com uma certa intimidade, convivemos com as fragilidades e as inquietações de Mariana sobre sua visão das cores e da vida.

“O mundo estava se adaptando novamente, a evolução humana prosseguiu, e ela estava ali, no meio de tudo. Que bosta!, pensou.”

Verdes quase cinzas propõe uma reflexão sobre a relatividade de percepções da natureza física, das vontades e das memórias humanas e, se por um lado aponta para a instabilidade do olhar humano, por outro oferece uma abertura para a variedade de percepções no modo de ver e de viver.

Com este romance de estreia, Renato Pugliese amplia seus trabalhos no cenário das artes, agora como prosador, mas não se distanciando muito de seu mundo profissional: a Física.

Literatura Brasileira

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@wesleisalgado
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rmpugliese
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