Viagens no scriptorium

Viagens no scriptorium Paul Auster


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Viagens no scriptorium





Um velho sem memória, encerrado num quartinho e observado por câmeras escondidas, procura juntar os cacos de suas lembranças e descobrir o que faz naquele lugar.

Fechado num pequeno quarto e vigiado o tempo todo por câmeras e microfones, um homem de certa idade busca reconstituir sua memória. Ele não sabe onde está - hospital, prisão, asilo? - e muito menos o que faz ali. Todos os dias recebe a visita de uma enfermeira que lhe desperta lembranças imprecisas e dolorosas e, mais esporadicamente, de um ex-policial. Aos poucos, descobre que no passado foi alguém com o poder de enviar pessoas a missões difíceis e perigosas das quais muitas não voltaram com vida.

Sobre a escrivaninha do quarto o homem encontra um manuscrito inacabado. É a história de um agente de uma grande potência, numa época indeterminada, que ultrapassa clandestinamente a fronteira entre seu país e as terras bárbaras a fim de investigar uma possível insurreição dos povos independentes.

Uma história ilumina obliquamente a outra, e o protagonista sai de sua letargia ao imaginar uma continuação para o manuscrito. Ao lado do persistente desejo sexual, a fabulação literária parece ser a única força que o mantém vivo.

Desse início intrigante, mero fiapo de história que sugere uma trama de espionagem, Paul Auster torna a surpreender seu leitor, encaminhando-o sutilmente a uma reflexão sobre o ato de escrever ficção. Não por acaso, o nome do protagonista é Blank, que em inglês indica o papel em branco, o espaço vazio, o vácuo a ser preenchido, o alvo a atingir. Um dos encantos dessa pequena narrativa está justamente no fato de colocar o leitor numa posição análoga à de Blank, que tem que descobrir aos poucos quem é e o que faz naquele local.

Saindo um pouco de seu registro habitual, de ambientação realista, urbana e contemporânea, mas sem perder o encanto envolvente de sua prosa, o autor da Trilogia de Nova York compartilha com o leitor, em "Viagens no scriptorium", as agruras e delícias do ofício de inventar e escrever histórias.

"A prosa de Paul Auster continua envolvente; esse curto romance conduz o leitor a passos rápidos até a elegante conclusão [...]. Os fãs não conseguirão resistir ao desejo de consumi-lo numa só sentada." - The Guardian

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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on 25/2/21


Através de Blank, uma pessoa sem nome, Paul Auster nos faz refletir sobre nosso papel no mundo, sobre a construção da nossa história de vida. O personagem se encontra isolado (bem apropriado para o momento em que vivemos) e através da interação com as pessoas que entram em seu quarto, tenta descobrir mais de seu passado e lidar com o preço de suas ações. O escritor faz uso da metalinguagem, e, autor e obra se confundem ao final. Excelente.... leia mais

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Levi
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03/02/2009 12:21:40
Alê | @alexandrejjr
editou em:
31/01/2023 01:11:17

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