O mundo atual está marcado por discursos de insegurança, políticas e até mesmo guerras preventivas, onde o presente é vivido, muitas vezes, como se as pessoas estivessem permanentemente no limite, nas fronteiras. O novo livro de Rogério Haesbaert, Viver no limite, analisa essa nova realidade e como os controles territoriais se tornam mais complexos e fundamentais.
O autor dividiu a obra em duas partes: a primeira, com caráter mais conceitual, introduz o debate sobre o território e a multiterritorialidade brasileiros, também discutidos na perspectiva da Geografia anglo-saxônica. O autor coloca em questão a lógica zonal ou de áreas no tratamento do espaço e o novo papel do Estado.
No segundo bloco, são analisados os processos de desterritorialização a partir da perspectiva da segurança e da biopolítica que marcam a sociedade contemporânea. É desse contexto que emergem dinâmicas de que, para além da simples precarização e reclusão territorial, envolvem o que se denomina contenção e exclusão territorial bastante evidentes no caso de uma megalópole como o Rio de Janeiro.