Nas histórias de Vilela a realidade surge cheia de inversões bruscas e de destinos inesperados. É preciso estar atento para ler a realidade nas entrelinhas, ou a verdade nos escapa. Função da literatura: desmascarar a dupla condição do real, o paradoxo contínuo que o faz andar. Como observou Walnice Galvão, Vilela nos fala “da ilusão de que tudo poderia ser de outra maneira”. Um mundo duplicado, em que esperança e realidade se entrelaçam em uma espécie de dança fatal. Narrativas secas, diretas, sem adjetivos, sem descrições inúteis, sem divagações prolixas, que remexem diretamente no estranho e inconstante coração do homem.