Anna3577 09/05/2024
Narrativa quase perfeita. Mas o "quase" não deixou...
Inegavelmente, foi um dos livros mais atraentes que já li!
Tal qual Nanao, fiquei presa no Shinkansen (no meu caso, por 4 dias) até o fim da linha: a estação de Marioka. Porém, assim como Satoshi, fiquei decepcionadíssima...
A narrativa se inicia de forma muito instigante e, logo de cara, já entrega muita ação!
O final da trama, por sua vez, é totalmente broxante.
A narrativa, de fato, causa muita comoção com cenas repletas de ação e reviravoltas surpreendentes!
A começar pelos personagens, muitas resenhas dizem que os personagens são muito caricatos e previsíveis mas, para ser bem sincera, achei cada um dos personagens excepcionalmente cativantes. Exceto pelo Príncipe, claro...
Mas, há 3 personagens, em especial, que conquistaram meu coração: Tangerina, Limão e, é óbvio, Nanao.
O Tangerina é o tipo de cara que toda mulher se apaixonaria (se não fosse do ramo, é claro): destemido, astuto e inteligente.
O Limão é o tipo de cara que você semprer quer por perto: habilidoso, carismático e bem humorado.
E Nanão é o tipo de cara que você se identifica: dedicado, obstinado e íntegro.
E bom, voltando a trama, ela realmente te "sequestra" com eventos que se complicam significativamente a cada parada do trem e a cada pequeno contato dos passageiros ali presentes - ainda que pareçam inofensivos - , fazendo com que você sinta uma vontade incontrolável de saber o desenrolar dos fatos...
E, realmente, nos é entregue um espetáculo de drama, suspense e ação!
No entanto, nos últimos 3 capítulos, parece que o autor simplesmente se cansa de estar escrevendo uma obra espetacular e a finaliza de qualquer jeito, repleta de falhas e interrogações.
Sabe quando sua mãe começa a fazer a comida e você termina? Exatamente...
Ele inicia toda a narrativa de forma bem detalhada - o que a torna instigante - mas a finaliza de forma totalmente rasa, as pressas, deixando o leitor com dúvidas crueis como:
- Como termina Kimura e sua história de vida com Wataru?
- O Sr. Kimura era o Terahara?
- Se sim, como um fato tão importante simplesmente não foi desenvolvido pelo autor?
- Que fim teve Satoshi?
- Qual o propósito de Nanao?
- Por que dar tanta ênfase a personagens que no final não tiveram relevância na trama, como Suzuka e Empurra?
E bom, por esses pequenos mas imperdoáveis deslizes, um livro com uma trama tão surpreendente, nos 45 do 2° tempo, torna-se totalmente decepcionante com um desfecho absolutamente fraco.
De qualquer maneira, eu amei o livro e foi uma experiência incrível!
Tentem ignorar as resenhas negativas e deem uma chance a essa leitura, tenho certeza que não vão se arrepender.
Eu sou bem chata e costumo odiar livros que não se desenvolvem (quando autor fica muito tempo só enchendo linguiça, sabe?)
Mas este eu não acho que tenha tido uma escrita vaga e cansativa, muito pelo contrário. Achei de uma escrita primorosa e sedutora!
Só peca em focar tanto em desenvolver a história de um personagem tão raso quanto o Príncipe.
Para todos os efeitos, é uma aventura e tanto!
P.s: Não assisti ao filme e nem assistirei. É inadmissível que um livro japonês tenha sua adaptação estrelada por norte-americanos branquelos e não por japoneses. E a feiura da Joey King me irrita descomunalmente, não consigo suportar 5min olhando p ela.