Carous 07/08/2019Isso não é um livro, é um hino!À medida que me aproximava das últimas páginas do livro, a letra de "The scientist" do Coldplay me vinha à mente porque eu "queria retornar ao começo" da história de novo, mas sem lembrar do desenrolar para assim poder saborear a trama, os personagens, os diálogos, os desdobramentos todos de novo.
Há muito tempo que não escolhia uma leitura que me fizesse lamentar não ter Alzheimer ou algum tipo de perda de memória. Se tivesse, poderia escolhê-lo novamente pra ler sem lembrar de nada. E quando terminasse, o escolheria outra vez e ficaria esse ciclo infinito. Não iria reclamar.
Mas o Alzheimer é uma triste doença e ter memória fraca não é nada legal na prática.
Eu me apaixonei por tudo deste livro e como sempre acontece, nem sei escrever uma resenha decente expondo por que ele é tão fantástico e todos devem dar uma chance.
Talvez porque temos dois protagonistas excelentes, fortes e apaixonantes.
Toby ou Katherine? Pra mim tanto faz. Eu lia o capítulo de um tão fascinada pela narração quanto lia o de outro. Sempre sedenta pelas novas informações sobre o plot central, os sentimentos ou passado que cada um revelava aos poucos.
Talvez pelos personagens secundários fortes e essenciais para a trama tanto quanto Toby e Katherine? William Shakespeare tornou-se um personagem aqui. E outras figuras reais também com direito diálogos inspirados e forte personalidade.
Ou eu recomendo pelo romance. Ele não é modo algum o fio central do livro e nunca chega a ser, amém, mas é bem conduzido, extremamente apaixonante. Além de ser entre dois personagens com muita puta química. Eu suspirava nas partes mais românticas tanto quanto no resto dos capítulos quando tanto Toby quanto Katherine estavam envolvidos nas artimanhas pessoais.
É importante lembrar que Toby e Katherine eram muito bons no jogo em que estavam e no disfarce, mas não infalíveis. Isso serviu para dar naturalidade às pistas que eles não percebiam sobre a verdadeira identidade do outro. Já vi em uma pá de livros e filmes personagens superfodas se tornarem uns burros à medida que a história avançava para caber na trama as revelações ou morte de um personagem menor ou a grande cena do herói salvando todo mundo. Então fiquei aliviada e contente de Virginia Boecker não ter usado subterfúgio manjado.
Ou eu recomendo por causa do texto. Envolvente, soberbo, uma qualidade indiscutível. Meu Deus, Virgina Boecker! Se eu pudesse eu te aplaudia de pé e te dava um beijo.
Este livro aqueceu meu coração, fez meus dias mais bonitos e estou até hoje melancólica que toda essa obra maravilhosa acabou.