O título do livro de Sonia Campos Magalhães "A criança em nós", explora pela equivocidade do significante o duplo sentido do pronome e do nó borromeano, conservando tanto a tese da criança generalizada, segundo a qual o sujeito não tem idade, não se desenvolve, não amadurece nem envelhece, quanto a tese maior do campo lacaniano, a do RSI: Real, Simbólico e Imaginário. Através da análise dos contos infantis, do lugar do desenho e dos recortes da clínica, problematizando o infantil e a estrutura, defrontando-se com os horizontes da ética da psicanálise, Sonia nos traz a criança, em suas palavras, "como alguém que nos coloca na posição de, com ela, aprender o que há de singular em cada um de nós".