A cultura que caracteriza a época hipermoderna não é mais o conjunto das normas sociais herdadas do passado e da tradição (a cultura no sentido antropológico), nem mesmo o "pequeno mundo" das artes e das letras (a alta cultura); ela se tornou um setor econômico em plena expansão, a tal ponto considerável que se chega a falar, não sem razão, de "capitalismo cultural".
Usando referências de disciplinas como história, sociologia, psicologia e estética, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy explicam a gênese e os impasses decorrentes desse "capitalismo cultural" - um reflexo das novas tecnologias, do capitalismo globalizado, do individualismo e do consumismo que, para o bem e para o mal, fazem o homem contemporâneo se ver "diante de si mesmo, sem rede de proteção, obrigado a criar a si próprio".