A Escola sem Deus foi escrita em 1872, numa época em que um ministro revolucionário da instrução pública tentava a todo custo arrancar as crianças da classe trabalhadora da influência sagrada da Igreja. A pequena obra de Mons. de Ségur chegou em três anos a quase vinte mil exemplares. E, como toca em uma questão de princípios, não envelhece e continua atual.
"Que ideia terão do estudo da religião, seguramente o mais importante de todos, quando o virem desdenhado, colocado atrás de todos os demais, a gramática, a aritmética, a geografia, etc.? Desgostarão dele, vendo nele um acréscimo supérfluo ao currículo, uma carga maçante que só lhes rouba o tempo de suas recreações. Enfim, é certo que se as crianças não ouvem falar da religião mais que em dois pequenos e miseráveis momentos por semana, jamais chegarão a conhecê-la como é necessário. E formarão naturalmente a falsíssima ideia de que a Religião nada tem que ver com sua vida diária. Praticamente, aprenderão a passar sem ela.
É isso, fundamentalmente, o que querem os inimigos da escola cristã, digam o que quiserem. Porém, vós, pais e mães de família, vós que sois cristãos e que tendes feito batizar vossos filhos, que desejais que façam uma boa primeira comunhão, que não vivam e não morram como pagãos, eu vos pergunto: — É isso o que quereis? — A Igreja se une a vós para clamar o contrário. E porque sabe que sem a escola cristã é impossível que aprendam como devem sua religião, com todas as suas forças, como o deveis fazer vós, repele a chamada separação da Igreja e da escola, quer dizer, a instituição da escola sem religião, a escola sem crucifixo, sem oração, sem Deus."
Mons. de Ségur
Religião e Espiritualidade