Certo dia, Munpa, discípulo e servidor de um santo que vivia como eremita, encontra o mestre assassinado. Enfurecido, andando a esmo, lá vai o discípulo à cata do criminoso! Na acidentada busca que empreende - do Tibete até à China, da prisão ao monastério, da bastonada ao leito de um estalajadeiro, como que adivinhando pudesse estar a sabedoria colocada no fim da jornada - Munpa a tudo suportou com resignação, demonstrando, assim, que a razão estava no upanixade: "Difícil é andar sobre o aguçado fio de uma navalha; igualmente árduo é o caminho da salvação".
Romance tibetano do tipo policial? Um detetive por acaso: supersticioso e ao mesmo tempo lógico; simplório, porém astuto, um irracional de senso prático? Com muitos lances dramáticos, que Agatha Christie iria, sem dúvida, reconhecer como seus, o livro vale, sobretudo, por ser um pequeno tratado de filosofia oriental ou, para sermos mais precisos, de filosofia tibetana.