Linhares Filho, poeta, sabe que a vida é um amealhar de pedras; dentre estas, a mais indelével é a que nos apresenta a lâmina irremediável da morte. Esta, ao contrário da poesia, é o exercício da não linguagem, uma vez que estende entre o vivo e o morto uma ponte intranponível, uma escada, cujos degraus são líquidos silêncios. Quem olha um morto mastiga os grãos da incomunicabilidade; posta a lápide, advém a pólvora do nunca mais. (C. A. V.)
Ensaios / Literatura Brasileira