A Mantilha de Beatriz

A Mantilha de Beatriz Pinheiro Chagas...


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A Mantilha de Beatriz (Biblioteca de Autores Portugueses)


Romance Histórico Original




A Mantilha de Beatriz (1878) de Manuel Joaquim Pinheiro Chagas, (1842 - 1895). Romance Histórico (Capa e Espada) Ultra-Romântico ou da 2ª Geração do Romantismo português. A ação decorre em Portugal e Espanha do Século XVII, no período que se segue aos episódios da Restauração portuguesa de 1640, já no Reinado do sucessor de D. João IV: Afonso VI de Portugal e Algarves, o segundo monarca português da *Casa de Bragança*, no final da Guerra da Restauração '-'

"A história de um casamento repleto de peripécias arrojadas, na boa tradição dos livros de Capa-e-Espada em que o drama e a comédia cénica se entrelaçam" (...) "Uma linda mantilha de renda desprende-se dos cabelos de uma elegante jovem e, impelida por um vento súbito, vai cair nas águas do rio Tejo. D. Francisco de Mendonça, ao passar por ali, é imediatamente seduzido pela beleza de Beatriz e, sem hesitar, lança-se à água para salvar a preciosa mantilha. Um amor nasce entre ambos... Mas os problemas surgem, uns após os outros, obstáculos aparentemente intransponíveis colocam-se no caminho dos dois enamorados e tudo parece querer opor-se à sua felicidade. Terá D. Francisco de Mendonça coragem e audácia suficientes para superar tantos infortúnios? '-'
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[Wikipédia] A Dinastia de Bragança (ou Brigantina) foi a quarta dinastia de reis e rainhas portugueses, que reinou em Portugal entre 1640 e 1910, sendo denominado por dinastia de Bragança o período em que a Casa de Bragança e, depois, a Casa de Bragança-Saxe-Coburgo-Gota se tornaram na Casa Real portuguesa, e, portanto, soberana do reino de Portugal e do império ultramarino português. Foi também a dinastia reinante no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822), e imperante no Império do Brasil (1822-1889).

[Goodreads Reviews] 'Romance de capa e espada, com romance, drama, paixão, humor e intriga. Peripécias divertidas que acabam bem. A história da paixão de Francisco de Mendonça por Beatriz de Mascarenhas e de Luiz de Menezes por Clara de Portugal' (...)

'Em Madrid, num espetáculo do Teatro Popular, João de Matos Fragoso (dramaturgo português histórico radicado em Espanha no século XVII e que escreveu em Castelhano peças ao estilo da Espanha da época) conhece o jovem diplomata português (D. Francisco de Mendonça) e o convida 'a vir consigo' em um jantar com o autor da peça representada, Pedro Calderón de la Barca. É nesse jantar que Mendonça elogia o autor Espanhol mas diz-lhe que tem uma estória que daria uma peça muito melhor que as que o autor já escrevera. E assim ele começa a narrar a estória da sua vida em torno do casamento com uma loira fidalga chamada Beatriz.

Ora isto é meta-ficcional, porque a verdade é que Pinheiro Chagas inspirou o enredo deste romance na peça Antes que todo es mi dama de Calderón de la Barca, só que Pinheiro Chagas atribui a inspiração original a esta narrativa ficcional "colada" a figuras históricas, e assim a inspiração do livro torna-se assim retroactiva e ficcionalmente a inspiração da peça que na verdade inspirou este romance... Ora o enredo propriamente dito começa em torno do Francisco de Mendonça de anos antes, ainda reinava Afonso VI, quando depois de dar uma estocada quase mortal num tal de D. Estevão de Portugal foge do seu Porto para Lisboa, onde é salvo de uns bandidos por outro jovem chamado Luís, do qual se torna amigo, e algum tempo depois disso, andando pela rua vê uma mantilha cair dos cabelos de uma dama às águas do Tejo e não querendo entregá-la de volta à dona para a manter como recordação, envia à dita Beatriz (pela qual se interessa, e a qual se interessa por ele) uma outra mantilha substituta pela amiga da jovem, Clara, o que cria um 1º problema porque isto é confundido com Francisco cortejar Clara, e portanto depois o pai de Beatriz, D. Álvaro de Mascarenhas, fica com a falsa impressão de que o jovem Portuense namora as duas, mas depois de algumas peripécias, graças a Gonçalo, o criado de Francisco (que não é santo mas é um grande casamenteiro, para além de querer ele próprio namoriscar a criada dos Mascarenhas, Inês), seguindo-se outra confusão mesmo assim: D. Álvaro é amigo do pai de Francisco e vai à estalagem perguntar por ele para interceder por ele ante a corte, mas o amigo Luís, temendo que o nobre viesse por causa de um duelo, disse-lhe ser ele próprio Francisco, obviamente criando um cenário de comédia de enganos. O enredo centra-se depois principalmente duas linhas nas quais se sucedem vários eventos. Uma é pessoal, em torno destas personagens principais, rodeando o cenário de enganos criado com o assumir de falsa identidade por Luís, que se adensa quando o altivo e intempestivo D. Estevão de Portugal (afinal irmão de Clara, amiga de Beatriz) vem do Porto para Lisboa, recuperado, não só para acertar contas mas ele próprio interessado em desposar Beatriz, seguindo-se tanto duelos de capa-e-espada como enganos de comédia...

E a outra linha é política, em torno da carreira diplomática de Francisco e os principal eventos políticos que ocupam Portugal ao longo dos anos em que a estória de Francisco e Beatriz se vai passando, a Guerra de Restauração continuada pelo filho de D. João IV, D. Afonso VI, e a crise política em torno do destronar deste Rei considerado louco, que ajudam a dar mais "musculatura" e "esqueleto" ao enredo e a torná-lo mais sério para não criar demasiada tensão entre o cómico da comédia de erros e o aventureiro dos duelos e afins, dando assim qualquer coisa da seriedade (no melhor sentido da palavra) de um romance de capa-e-espada politizado à O Homem da Máscara de Ferro de Dumas, Pai a esta obra que seria somente um romance histórico com enredo "à margem" da história real e uma simples aplicação do enredo da peça de Calderón de la Barca numa nova obra, sem isso.
No fim, D. Afonso VI é substituído pelo seu irmão D. Pedro e internado em Sintra (isto não conta como revelações-do-enredo visto que qualquer pessoa com um livro de história pode ver isto), a Guerra da Restauração conclui-se sobre o 3º rei da IV Dinastia, e tudo acaba em bem também na "frente pessoal" do romance, com Beatriz casando com Francisco, Clara com Luís, Estevão partindo para o Brasil e Gonçalo aparentemente estando destinado para não muito tempo depois disso casar com a criada Inês. E, claro, Calderón de la Barca ganhou um enredo para uma peça de teatro nova.

Assim, como na peça original, Francisco não tem que concluir senão que, antes que qualquer outra coisa e independentemente de todas as complicações ou problemas que Beatriz lhe traga, ela é a sua dama. E no caminho até essa conclusão, encontramos lições sobre a ganância e violência das tramas do poder (no episódio político do destronar de D. Afonso VI), mostras do lado mais excêntrico e menos louvável da classe aristocrática, e como os enganos criados mesmo por boas intenções e para auxiliar os melhores amigos acabam sempre por criar os seus problemas (embora devam inevitavelmente ser postos de lado para que a felicidade possa ser alcançada pelos envolvidos). Finalmente devo notar que o livro ainda é relativamente comum em muitas bibliotecas municipais ou escolares em edições da Europa-América dos anos de 1980, anteriores de outras editoras ou dos anos de 1990 da colecção Clássicos Juvenis TVI editada pela Verbo Juvenil da Editorial Verbo, por vezes surgindo mesmo nas mesmas bibliotecas em edições antes dos anos '90 na secção adulta/genérica da biblioteca e na edição da Verbo Juvenil na secção infanto-juvenil. Não se esqueça ainda a adaptação (que já aqui referi) d'A Mantilha de Beatriz ao cinema de 1946 em co-produção luso-espanhola realizada por Eduardo G. Maroto'.'

Aventura / Cinema / Drama / Ficção / História / Jovem adulto / Política / Romance / Suspense e Mistério

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