A Radical Revolução da Mente Religiosa

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A Radical Revolução da Mente Religiosa (Jiddu Krishnamurti)





Para mim, o mais importante na vida é termos uma mente religiosa, porque, então, tudo o mais entra no correto estado de relação – tudo: ocupações, saúde, casamento, sexo, amor, e os inumeráveis problemas e tribulações que a vida nos oferece – tudo é compreendido. A mente religiosa não é coisa facilmente alcançável, mediante a leitura de uns poucos livros (…) séries de palavras, ou pelo nos exercitarmos para certa postura.
A questão, pois, é: Pode a mente, que é resíduo, o resultado do conhecido, do saber, da experiência, libertar-se do conhecido e achar algo além? (…) Quando falamos de experiência religiosa, entendemos um estado que transcende o “eu”, o “ego”, o “conhecido” (…) Para mim, o homem religioso é aquele que está cônscio do “conhecido” e não permite nenhuma interferência do conhecido na sua busca do Desconhecido.
A mente deve estar livre (…) Religião, pois, é um estado da mente em que o “eu” está ausente; e, nesse vazio deixado pelo “eu”, surge a Realidade. Esse “eu”, porém, não é nenhuma coisa misteriosa; é constituído de nossos ciúmes, ambições, inveja, desejo de poder, posição, e intrigas.
(…) Essa capacidade de enfrentar o novo com o novo se chama estado criador, e é, sem dúvida, a forma mais elevada de religião. A religião não é apenas uma crença, (…) ritos e dogmas (…) A verdadeira religião consiste em experimentar um estado em que há criação; só surge quando há liberdade, quando estamos livres do “eu”. Essa liberdade só pode existir pela compreensão do “eu” nas relações, pois não é possível a compreensão no isolamento.
As múltiplas religiões hão dito que existe uma verdade permanente, eterna; (…) Deve o indivíduo descobri-la por si mesmo, não teórica, intelectual ou sentimentalmente (…) Por religião entendemos o ato de reunir ao mesmo tempo toda a energia necessária para investigar algo: (…) alguma coisa que seja sagrada.
A mente, portanto, pode alcançar aquele estado religioso. Estou empregando a palavra “religioso” com um novo sentido, indicando algo não relacionado com as religiões do mundo (…) Assim, a mente religiosa é aquela que só pode “viver com a morte”, com a extraordinária e poderosa energia do amor. (…) Só a mente religiosa pode voltar-se para dentro; e esse “voltar-se para dentro” não está em relação com o tempo e o espaço. É ilimitado, infinito, não pode ser medido por uma mente aprisionada no tempo. E só a mente religiosa resolverá os nossos problemas, porque ela não tem problemas. (…)
Assim, no sentido “religioso”, é necessário uma revolução em cada um de nós – revolução total e não parcial. Toda reação é parcial; e a revolução a que nos referimos não é parcial e, sim, uma coisa total. E só essa mente pode ter intimidade com a Verdade. Só essa mente pode ter “amizade” com Deus. Só essa mente pode participar da Realidade.
Para descobrir o que é uma mente religiosa, temos de descobrir o que é a verdade; a verdade não tem caminhos que conduzam a ela. Não há caminho algum. Quando se tem compaixão – a compaixão é inteligência – dar-se-á com aquilo que é eternamente verdadeiro. Porém não existe uma direção; não há capitão que nos dirija neste oceano da vida. (…) A mente religiosa não pertence a nenhuma organização, a nenhum grupo, a nenhuma seita, e tem a qualidade de uma mente global.
A mente religiosa é uma mente que se acha por completo livre de toda atadura, de qualquer classe de conclusões ou conceitos; só trata com o que realmente é; não com o que “deveria ser”. (…) A mente religiosa está livre de preconceitos, de tradição, de todo sentido de direção.
Por conseguinte, a mente religiosa não tem crença. Só lhe interessam os fatos, e não as crenças ou opiniões a respeito dos fatos. A vida se torna muito simples quando só lidamos com fatos, com o que há dentro de nós e fora de nós. Quando não tendes opiniões, “projeções”, preconceitos, conclusões sobre os fatos, estais apto a lidar com eles equilibrada, racional e eficientemente.
A mente religiosa é sempre jovem, isto é, está sempre aprendendo e, por conseguinte, fora do tempo. Só essa é a mente religiosa. Não aquela que vai aos templos (…); não a que lê livros e está sempre a citar e a pregar moral; não é essa a mente religiosa...

Esoterismo / Filosofia / Literatura Estrangeira / Psicologia / Religião e Espiritualidade / Sociologia

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