"Durante um ano fui obrigado a conviver com gatunos de profissão, como os belgas Fernand Dounners e Walsraven; espiões como Phelippe Preuss, Victor Batteux, Ernelsi Delfosse e o inglês Louis Eneman; falsários e assassinos como o enorme e inteligentíssimo russo Thernadieff, célebre pela sua extraordinária memória musical e conhecido em toda a Europa como o mais hábil dos jogadores trapaceiros.
Entre tal gente, não há união na adversidade. E como os administradores da prisão, propositalmente, deixavam correr à revelia o que entre os presos se passava, só intervindo, só agindo ao se tratar dos interesses e da propriedade do cárcere, vivíamos numa atmosfera de contínua suspeita, de susto e de ódio recíproco..."
Biografia, Autobiografia, Memórias / Literatura Brasileira