O que leva uma poeta a criar um livro em homenagem a outros poetas e, muitas vezes, ao modo ou a partir de um tema da obra de cada um dos homenageados? Sua criatividade seria o reflexo de uma neurose surgida a partir da admiração pela obra alheia ou nascida de um insight que teria proporcionado o primeiro poema que foi puxando outro e outro? Sejam os motivos conscientes ou não, o certo é que ao invés de uma via de escape, a poesia que Ângela Vilma nos oferece neste rico e gratificante livro uma poderosa ferramenta de adaptação. Com ela, antes de tudo, a poeta dialoga de maneira saudável com os seus eleitos, esses “grandes solitários”, tanto no terreno da criação intertextual, criando pontes, como experenciando a mesma solidão, tão funda e necessária, reveladora de uma escrita capaz de refletir - por uma via inusitada - o ser criativo e seus iguais-opostos. Do texto de Gustavo Felicíssimo
Poemas, poesias