Ana Sem Terra

Ana Schneider, bisneta de uma imigrante alemã do mesmo nome (personagem real), nasce num minifúndio arenoso no litoral do RS, próximo à fronteira com Santa Catarina. Rafael Pinto Bandeira Khalil, neto de um latifundiário da fronteira com o Uruguai e Argentina, Silvestre Pinto Bandeira, conhece o irmão de Ana, Willy, no quartel de Alegrete, onde servem como soldados às vésperas do Golpe de Estado de 1964. Também serve no mesmo quartel o sargento Bóris Cabrini, que virá a ser cassado e passará a atual na clandestinidade. Esses são os principais personagens, tendo como coadjuvante maior o deputado Jóta Camargo, da ARENA, partido criado para apoiar a ditadura militar. Embora filho de um fazendeiro rico, Rafael abre os olhos para a realidade rural brasileira em seu curso de medicina veterinária e pós-graduação em Paris. Conhece Ana e se apaixona por ela, mas logo a moça é envolvida pela perseguição política de 1970 (quando Willy e Bóris são torturados no dia da vitória do Brasil na Copa do Mundo). Ana foge com seus familiares para o norte do país, onde se unem a um grupo de Sem Terra que o governo assentou no Tapajós. Ali é descrita a realidade brutal daqueles assentamentos, onde o trabalho escravo era (e é ainda muitas vezes) a regra geral. Ana vira prostituta nos garimpos de Serra Pelada. Anos depois, Rafael consegue localizá-la e casa com ela. O avô Silvestre, impressionado pelas teorias do neto, decide fazer um testamento legando a maior parte das suas terras ao MST. Quando morre, um juiz corrupto anula o testamento e os Sem Terra acampados junto à fazenda (legalmente deles) são massacrados.

Literatura Brasileira / Romance