A antropologia - que existe academicamente há mais de um século- nos legou formas variadas de produzir conhecimento por meio do olhar e da experiência alheia. A pesquisa etnográfica contemporânea demonstra no entanto que não podemos seguir atentando exclusivamente para o Homem em nossas investigações.
Ancestrais que se fazem ouvir em sonhos, redes que atraem peixes para o seu interior, xamãs indígenas na capital modernista brasileira, o Espírito Santo entreouvido no Congresso Nacional, a Bolívia que se faz viva em uma feira dominical em São Paulo, a complexidade do real que emerge das páginas de uma história em quadrinhos de Gilbert Shelton, a vitalidade construída por mulheres adultas com as academias de ginástica, são composições etnográficas que demonstram não serem Razão e Poder atributos exclusivos daqueles que nomeamos Humanos.
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