Em um de seus muitos artigos sobre aprendizado e treinamento publicados na web, Clark aponta que um dos desafios sempre presentes em qualquer tipo de ensino e, em especial, no ensino em ambiente corporativo, refere-se à validação real do aprendizado e a possibilidade de sua aplicação pelo aprendiz em seu ambiente de trabalho. À efetiva aplicação alcançada, dá-se o nome de Transferência de Aprendizagem.
É importante, também, observamos o que Mouly (em seu livro Psicologia Educacional) aponta a respeito da aprendizagem:
”Para o leigo, a natureza da aprendizagem é clara: a aprendizagem refere-se à aquisição de conhecimentos e habilidades. O psicólogo, ao contrário, tem uma segurança muito menor. Pode rejeitar, imediatamente, como ingênua, a definição leiga acima apresentada, e dizer que reflete a opinião de filósofos do início do século XX, segundo os quais a mente seria vazia e a tarefa dos educadores seria, portanto, preencher, com material útil, esse instrumento oco. A aprendizagem envolve muito mais do que isso, embora se julgarmos a ênfase dada por alguns professores, aos exercícios e, nos exames, às repetições sem sentido de informações, talvez cheguemos à conclusão de que ainda consideram aprendizagem como a aquisição de fatos e habilidades. O psicólogo moderno, que se interessa pelo comportamento e não por informação inútil, não pode descobrir valor em “encher a cabeça com aprendizagem”, a não ser que esta se traduza em ação.”
E ainda mais adiante, no mesmo livro, o que nos diz sobre aprendizagem adulta:
“Existem muitas provas teóricas e empíricas para desmentir o antigo provérbio, segundo o qual “você não pode ensinar novos truques a um cachorro velho”. Embora seja verdade que o desenvolvimento mental não apresenta muitos progressos a partir de aproximadamente 15 anos, e que começa a declinar aos quarenta e poucos, se não antes, geralmente o adulto pode aprender mais que a criança, e talvez mais que o adolescente. … o adulto tem muito mais experiência para a solução de um problema ou para estabelecer relações com o material novo e, embora não seja mais inteligente que a criança ou o adolescente, tem maior facilidade para compreender o conteúdo. Além disso, o seu maior domínio da linguagem lhe dá maior facilidade para jogar com ideias. …