“Eu mato demônios, te falei na primeira vez que nos vimos. Você riu como quem não entende, como quem não sabe se é verdade ou não. Eu mato demônios, repeti, eu deixo todo homem bem o suficiente para tentar enfrentar o escuro sozinho.”
As cartas estão na mesa é um compilado de dez anos de cem cartas cartas escritas por três vozes (divididas em versos de Hilda Hilst):
Parte I - “Porque fui tudo isso, bruxa, duende” [hoje eu mato demônios] - essa voz que acredita salvar seus amantes e amores da escuridão, “dos demônios” de seu passado. Ela salva cada um e se pergunta quem a estará salvando então.
Parte II - “Desengano e desgosto quase sempre” [quando conheci os demônios] - aqui temos essa mulher que é quebrável, jovem, e conhece ela mesma os demônios dos quais no futuro salvará seus amantes. Quem pede socorro nesta parte é ela.
Parte III - “Mas pedi mais à lua: que tu sofresses tanto quanto eu” [todos somos demônios] - a voz aqui admite a raiva como sentimento. O rancor. A aceitação. O mesmo ciclo e mesmos comportamentos antes de chegar à Cura.
Agora As cartas estão na mesa e não tem como voltar atrás.