A Assembléia de Deus, atualmente a maior igreja evangélica do Brasil, nasceu em 1911, em Belém do Pará. Fundada por dois suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, faz parte, do que se convencionou denominar pentecostalismo clássico, juntamente com a Congregação Cristã do Brasil.
Tendo sido fundada e organizada no Brasil décadas depois do início das atividades das igrejas do protestantismo tradicional, como a Assembleia de Deus foi organizada e orquestrada a ponto de expandir-se tão intensamente em curto período?
Esta obra, Assembléia de Deus: origem, implantação e militância (1911-1946), de Gedeon Alencar, está apoiada em três pontos básicos:
A origem: a Assembléia de Deus foi fundada por suecos que se mantiveram na liderança durante as primeiras décadas. No entanto, esses suecos, mesmo tendo vindo dos EUA, têm uma relação conflituosa com a Assembléia de Deus americana;
Implantação: mesmo sem um organismo de fomento exterior ou qualquer planejamento estratégico, em 20 anos alcançou todo o país. Como isto foi possível? E, na medida em que cresceu, começaram os problemas de liderança desembocando no esfacelamento da mesma em Ministérios; e
Militância: quem são e como se comportam os adeptos desta igreja que nasce no nordeste mas é uniforme em todo o país?
Esses são os caminhos percorridos pelo autor para responder aos questionamentos feitos acima e a muitos outros que a historiografia atual não respondeu satisfatoriamente. Agora, no centenário da fundação da Assembléia de Deus, a Arte Editorial antecipa-se na publicação desta obra já reconhecida e aprovada pelos estudiosos do pentecostalismo brasileiro. Boa leitura a todos!
Alencar circula com naturalidade pelos meandros do mundo assembleiano. Essa antiga pertença lhe abriu outras portas, permitindo que ele pudesse ler documentos nas entrelinhas, interpretar discursos, colocar em prática uma forma muito pessoal de interpretar o mundo assembleiano brasileiro. Essa pertença ainda deu a Alencar uma fina sintonia, para não dizer um faro refinado, para os conflitos naturais e humanos, sem os quais a constituição do campo religioso não ocorre, conforme a teoria de Pierre Bourdieu.
Prof. Dr. Leonildo Silveira Campos
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião.
Gedeon Freire de Alencar é Doutorando em Ciências da Religião (PUC-SP), diretor pedagógico do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos, membro da Rede de Teólogos e Cientistas Sociais do Pentecostalismo na América Latina e Caribe, e autor de Protestantismo Tupiniquim (2005), publicado por esta editora.