Alonso Cueto (1954, Lima, Peru), que já foi descrito como “o Henry James peruano”, iniciou sua carreira de escritor lançando um olhar irônico sobre a classe média de seu país. Sua última ficção revela um interesse crescente pelos acontecimentos sombrios na história recente do Peru. Grandes miradas (2003) é um romance assustador sobre a queda do governo de Alberto Fujimori e o medo semeado por seu chefe de inteligência, Vladimiro Montesinos. Em A hora azul (2005), obra com que Cueto conquistou o prestigiado Prêmio Herralde, o protagonista, um advogado convencional e bem-sucedido, é forçado a confrontar o papel de seu pai na “guerra contra o terrorismo” patrocinada pelo Estado peruano.