Bernardino da Costa Lopes

Bernardino da Costa Lopes Liane Arêas (organização e apresentação)


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Bernardino da Costa Lopes (Introdução aos Clássicos Fluminenses #3)


O poeta fidalgo




A coleção Introdução aos Clássicos Fluminenses, da editora Nitpress, cumpre o seu papel de resgatar os grandes vultos literários de nossa terra, trazendo, desta vez, uma figura singular de poeta, cujo sesquicentenário de nascimento foi registrado no ano de 2009 - B. Lopes. Efeméride essa que, embora não olvidada dentro do meio acadêmico fluminense e tampouco na terra natal do escritor, o município de Rio Bonito, mostra, pelo descaso revelado pela mídia e pelo mercado editorial, o quão urgente e necessária é a tarefa de repor este e outros ícones de nossas letras em seus merecidos lugares de honra e respeito. Talvez estaríamos próximos de completar - salvo por algum livro que nos seja desconhecido - meio século sem publicação de obra de ou sobre B. Lopes, que, no dizer de Araripe Júnior, citado pela organizadora deste livro, teria sido o mais destacado dos quatro mosqueteiros do simbolismo no Brasil (Emiliano Perneta, Oscar Rosas, Cruz e Souza e o próprio B. Lopes). Portanto, este B. Lopes, o poeta fidalgo, organizado pela professora Liane Arêas, que ocupa justamente da cadeira do autor focalizado por esta obra no Cenáculo Fluminense de História e Letras, seria o primeiro livro lançado sobre o poeta desde 1962, quando veio à luz o volume que lhe foi dedicado pela coleção Nossos Clássicos, da editora Agir, com organização de Andrade Muricy. Curiosa e intrigante é a figura de B. Lopes, tão bem retratada na primeira parte deste livro, composta de uma instigante pesquisa apresentada por Liane Arêas; ímpar a sua obra poética, exemplificada na seleta de textos da segunda parte. O mestiço nascido no vilarejo bucólico e inspirador de Boa Esperança, cromaticamente recorrente em seus versos, faz transbordar a necessidade de ascensão social em uma poesia fantástica, onírica, escapista talvez. O mais surpreendente, porém, é quando o poeta parece tornar-se personagem de sua obra, passando a representar uma fidalguia chapliniana na vida boêmia do Rio de Janeiro novecentista. Tamanha riqueza literária, tal história de vida, a magia daquela boemia efervescente e produtiva, na companhia de figuras notáveis de literatos, como Machado de Assis e outros, que gravitavam entre a Confeitaria Colombo, os jornais, as livrarias e os cafés no final do século XIX, não são para serem esquecidas. É isso que Liane Arêas, ela própria uma atuante militante cultural, com intensa participação no Grupo Mônaco de Cultura, faz ao apresentar, de forma fidedigna, B. Lopes às novas gerações. A organizadora deste volume prossegue com brilhantismo a caminhada inaugurada por Edmo Rodrigues Lutterbach e Márcia Pessanha, que apresentaram as primeiras obras da coleção Introdução aos Clássicos Fluminenses, dedicadas respectivamente a Alberto de Oliveira e Casimiro de Abreu, e contribui para o esforço da editora Nitpress de valorização e resgate da memória e da identidade fluminenses.

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