Existem autobiografias que sensibilizam milhares de leitores pelo sensacionalismo das aventuras vividas. Alguns desses livros conquistam rapidamente a celebridade e seguem além, transformando-se em filmes de retumbante sucesso.
CARTAS DE UM CONDENADO talvez não atinja semelhante êxito. O autor jamais pensou em escrever este livro. Ele resultou da compilação de sua correspondência com amigos e parentes, durante três anos de luta pela sobrevivência numa cela de Santé, célebre prisão de Paris. Nesse período, despertou-se-lhe a fé, há muito adormecida. Fé que cresceu com sua conversão, vivificou-se interiormente e, passo a passo, conduziu-o por àsperas veredas no ascendente caminho da ascense, até atingir os cumes da mística.
Nesse itinerário não faltou a aventura de quem busca libertar-se das malhas e falhas de uma educação defeituosa, de uma pesada herança hedonista e da própria deterioração moral, até sentir-se espiritualmente emancipado. Foi então que teve a maravilhosa experiência os eleitos, ao ouvir nítidamente a voz do Senhor a lhe dar a serenidade e o destemor com que encarou a morte, aos 27 anos!