Ciência e Bioética

Ciência e Bioética Euler R. Westphal


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Ciência e Bioética





Este livro apresenta um olhar teológico sobre a ciência e a bioética, no intento de auxiliar o diálogo entre os saberes humanos. Tanto a teologia como a ciência são saberes que podem auxiliar-se mutuamente na promoção da vida humana.

Ao reconhecer que a vida é dignificada por Deus, o autor defende que a ciência precisa mudar de atitude perante o ser humano. A pergunta pelos limites da ciência e de como lidar com os progressos científicos da atualidade conduz o leitor por uma reflexão desafiadora e inquietante.

Apresentação:

O autor deste livro, teólogo luterano e especialista em questões de bioética, brinda o leitor com dez capítulos de reflexões sobre a ciência e a bioética a partir de um olhar teológico. Baseado num amplo conhecimento de causa, em preocupação pastoral e competência acadêmica, este livro se constitui como um das concepções da contemporaneidade e suas raízes filosóficas e científicas desde gregos e hebreus.

Mais: começa com uma milenar parábola budista na qual pessoas cegas tocam várias partes de um elefante e descrevem o elefante conforme o que ?viram?, tocando e descrevendo, contudo, tão-somente uma parte dele. Obviamente, a descrição é sempre parcial, e assim o autor aponta para o problema do desligamento e da compartimentalização dos saberes.

Cada um tende, outrossim, a defender que sua percepção (sua parte do elefante) será a verdade mesmo. Essa divergência não é pacífica; ela cria briga. Contudo, há na parábola, em seu original, um rei que vê o elefante inteiro e, inclusive, sabe que os outros são cegos. Assim como o rei, podemos nos dar conta da complexidade do saber.

Contudo, diferente do rei da parábola, não há como arrogar-se, unilateralmente, a posição de quem vê tudo. É preciso um diálogo aberto e competente, na fronteira entre os saberes, exatamente onde transita o autor.

Nessa fronteira, fazendo incursos para os lados teológico, filosófico, físico e biológico, o texto de Euler Renato Westphal leva o leitor e a leitora pela maré de uma costa para a outra, conduzindo seu argumento com firmeza, mas também sempre levando por águas e para praias inesperadas.

Quando se pensa que sabe o que seguirá, o autor mostra que sua escrita não funciona como um filme estadunidense de baixa qualidade, no qual, depois dos primeiros dez minutos, já se sabe tudo sobre o filme. Antes, mostra-se como uma tecelagem inteligente e cativante de fios de diversas cores.

Ao construir pontes, como almeja o autor, é também necessário desconstruir o que impede o diálogo ou se mostra inadequado. Assim, Westphal desconstrói um conceito de ciência mecanicista, de cunho moderno, que trata o ser humano como se fosse uma máquina, e a natureza (e Deus como criador) como se fosse a variante de um relógio.

Também se opõe a uma ciência utilitarista, na qual o ser humano individual em sua dignidade é submetido a cálculos de utilidade. Essas desconstruções são feitas a partir da concepção teológica do autor. Mas também encontram base em reflexões mais recentes da ciência, como em Albert Einstein e Werner Heisenberg, cujas concepções permitem uma visão mais orgânica, ecológica, enfatizando as relações entre os seres e o dinamismo nelas presente.

Westphal mostra, como já o fizera em outras publicações, como a ciência assumiu feições religiosas. Busca ?salvação e vida eterna?. Porém, a ciência é algo humano. A teologia, aliás, como afazer acadêmico, também o é. Num diálogo entre ciência e teologia, portanto, são seres humanos que se falam numa linguagem humana sobre uma reflexão humana.

Fazem isso no meio da ambiguidade da vida humana, com avanços e retrocessos, construção e destruição, terapia e doença. Aqui, nada é imutável. Imutável é apenas o amor de Deus pelo mundo, que ama incondicionalmente e em sua totalidade.

É por isso que a dignidade humana, atribuída pelo criador às suas criaturas sem depender de nenhuma qualidade ou comportamento específicos, constitui o cantus firmus desta obra. Ela é dádiva, não propriedade.

Seria, então, Deus o único que, como o rei da parábola, enxerga o elefante na sua íntegra e sabe da cegueira daqueles que o ?viram?. Induz-nos, creio, tanto à humildade quanto à ousadia, desde que seja para o bem da humanidade.

Rudolf von Sinner

Faculdades EST

O Autor:

Euler Renato Westphal, natural de Rio do Sul/SC, formou-se em Teologia na Basileia (Suíça) e doutorou-se pela Escola Superior de Teologia (EST). Foi diretor da Faculdade Luterana de Teologia (FLT); atualmente é titular da cadeira de Bioética de Medicina na UNIVILLE.

É professor de Teologia Sistemática, Pensamento Contemporâneo e de Ética, Cultura e Sociedade. Autor dos livros: O oitavo dia na era da seleção artificial e Brincando no paraíso perdido: as estruturas religiosas da ciência, publicados pela editora União Cristã; e O Deus cristão e Para entender Bioética, pela Editora Sinodal.

Biologia / Medicina e Saúde / Religião e Espiritualidade

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Paulo Vinícius
editou em:
20/08/2016 23:14:25

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