Há quem pense que uma tradução deve corresponder às palavras do original, enquanto para outros ela deve corresponder às idéias do original; para alguns a tradução deve ler-se como uma obra do tempo em que foi o escrito original, enquanto para outros uma tradução deve ser lida como se o texto fosse originalmente produzido na época em que é traduzido; há pessoas para as quais o estilo da tradução deve ser o do autor, e outras para as quais o estilo há de ser o do tradutor; alguns admitem, e até acham bom, que o tradutor omita certas coisas ou acrescente outras, mas outros considerão uma espécie de pecado mortal a omissão ou o acréscimo do que quer que seja numa tradução; e alguns defendem a idéia de que uma boa tradução de qualquer texto em verso só pode ser feita em verso, ao passo que outros preferem que um texto originalmente versificado seja traduzido em prosa corrente...
E por aí vão as opiniões de uns e outros, uns a favor, outros contra; mas o fato é que, mesmo as pessoas mais acirradamente contrárias à tradução, acabam recorrendo a ela.