" Simples traço de pena - mas não densos, tão firmes e tão elegantes que nunca mais se apagarão", disse Antonio Candido quando surgiu Confissões de Minas, em 1944. Drummond insitiu que seu primeiro livro de prosa devia levar as marcas do tempo. E que tempo! - o do fascismo, do Estado Novo, da Segunda Guerra. Nesta edição, temos um texto restaurado, com resenhas de época, dois ensaios críticos e informações bibliográficas essenciais. Podemos ouvir o poeta, mergulhando no passado da poesia romântica, ou na Minas da infância e da colônia; no famoso ensaio sobre as cartas de Mário de Andrade está uma das chaves da sua poesia modernista. Há ainda as lembranças de amigos, mortos e vivos, que marcaram a tranferência crucial do poeta de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. E as "Quase histórias", as anotações pungentes do " Caderno de notas ", as avaliações de autores afins - e diferentes - como Federico García Lorca ou François Mauriac ... Tudo isso na sua prosa concedida e irônica, que ainda hoje nos comove. John Gleidson
Crônicas / Literatura Brasileira