É a partir da fecundação que tem início a história emocional de uma pessoa. Conforme vai se desenvolvendo, atravessa uma sucessão de etapas até chegar à puberdade e à adolescência, época em que se estrutura definitivamente o caráter. Dessa forma, uma pessoa que atravessa todas as etapas do desenvolvimento sem comprometimentos, bloqueios, fixações, será capaz de alcançar uma condição física, emocional e energética da forma mais saudável possível. Um estresse excessivo antes, durante ou depois do nascimento e a frustração contínua das necessidades naturais primitivas da criança leva à contração crônica do organismo que por sua vez, deixa registrado na memória celular as marcas dessa frustração comprometendo o desenvolvimento emocional. O pensamento reichiano aponta, continuamente, para quão desejável é que pais, cuidadores e educadores de nossas crianças sigam o princípio fundamental da vida viva: permitir-lhe que se manifeste, agindo unicamente como aqueles que vão lhe garantir espaço e condições para isso. A saúde, segundo essa visão, não está em proporcionar à criança um ambiente “asséptico” no sentido emocional, mas em simplesmente respeitar a força do organismo para remover os obstáculos que se oponham à sua saúde.