Nas trilhas dos poemas de "Da Vida ao Mistério: Amor" somos levados a nós mesmos, a repensarmos nossa realidade, subvertermos ideias e vermos com lentes novas. Com lupa poderosíssima, Souza amplia o foco e enxerga fragmentos integrados, ínfimos grãos de alegria e beleza. O tempo pode até correr, mas lendo poemas tão potentes há uma suspensão do tempo-espaço... Ele se expande.
Souza se deixa molhar na chuva e se inundar no dilúvio de vida, convidando-nos a fazer o mesmo: nos entregarmos ao poema, à vida, ao mistério e ao amor. Mas, apesar do amor que transborda em seus versos, o poeta não se exime de tecer críticas ao "capetalismo", sistema destrutivo, estupido; ele não se isenta de criticar o governo, que causa cegueira coletiva e afasta a força do povo.
Sempre pode haver a poesia, mesmo quando a realidade escancara nossa indignação, ainda que floresça o luto e brote o delírio coletivo de um governo genocida. A poesia de Souza pulsa amor sem sufocar ideias que tiram o véu da dor.
Poemas, poesias