O presente livro, contém textos de militantes, coletivos, movimentos sociais e pesquisadores engajados na transformação da realidade. Givanildo Manoel da Silva, o “Giva”, militante de inúmeras lutas, organizou este livro que apresenta o debate sobre a desmilitarização da polícia e da política por diversos ângulos: a perspectiva histórica da formação das polícias militares; a herança da ditadura militar; o uso do militarismo como instrumento de gestão de territórios e controle da população, sobretudo dos trabalhadores pobres, negros e moradores das periferias; os grupos de extermínio e a repressão no interior da corporação; a guerra às drogas; o encarceramento em massa; a repressão aos movimentos sociais; a militarização e a questão palestina. O livro trata também da necessária desmilitarização da política, pois a polícia militar é um dos tentáculos de uma política de coerção social e controle militar da sociedade, onde o Estado se preocupa mais com a garantia violenta da ordem (de dominação de classe) do que com os direitos sociais: para a maior parte da população, o Estado só se faz presente através da polícia. “Como qualificar a matança de jovens, em sua maioria negros, que vivem nas periferias do Brasil, por tropas das PMs – e, cada vez mais, também da Marinha e do Exército? É uma “guerra civil”, como querem alguns? Ou “extermínio”, “genocídio” ou ainda “limpeza étnica” como querem outros? O terror é óbvio, mas não a compreensão de sua natureza. No Brasil das UPPs, “tropas de elite”, em geral aplaudidas pela mídia, usam armas de última geração, fornecidas pelos Estados Unidos e por Israel; os métodos de repressão e controle derivam da experiência adquirida pelos generais brasileiros nas operações de ocupação da ONU no Haiti (Minustah) e no Congo (Monusco). Dado esse quadro, é obrigatória a leitura deste livro: ele nos ajuda a refletir sobre o fascismo made in Brazil e as suas estarrecedoras implicações políticas, culturais e ideológicas.” (José Arbex Jr.)
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