Diário da Tranca

Diário da Tranca José Diniz Júnior


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Palavras do Autor:

Este livro não tem a intenção de glorificar o crime. Nos quase duzentos dias que passei no presídio Edgard Magalhães Noronha, pude conviver com um segmento que é de tal maneira abandonado pelo Estado, que não tem outro meio de sobreviver que não seja o crime. A quase totalidade dessa população carcerária mal passou dos vinte anos, despreparada ao ponto de não conseguir redigir uma simples solicitação de atendimento ao serviço social do presídio. Mal sabem ler, tem dificuldade para entender o que os jornais publicam, ficam surpresos com pequenos gestos de atenção.
Nos dois locais em que trabalhei, notei que nas fichas de inclusão a maioria não menciona o nome do pai, uma figura jamais mencionada nas conversas, enquanto exibem tatuagens pelo corpo enaltecendo a figura da mãe.
Jogados no mundo (jogados é a expressão exata), totalmente despreparados, vêem-se cobrados pelo mesmo Estado que não lhes deu o "kit sobrevivência", educação & emprego. A fórmula é simples: namoradinha grávida, resolvem constituir um lar e deparam-se com a falta de meios para sobreviver. É quando surgem dois caminhos: o assalto e o tráfico. Os capítulos menos perigosos eu procuro contar nas páginas seguintes. Sem esquecer o lema de minha vida: "sem humor não existe equilíbrio".

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Junqueira
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01/09/2012 06:19:29