Esta reflexão, polêmica e iconoclasta, é um verdadeiro exercício de desmistificação das concepções que os sul-americanos têm de si. Segundo o autor, essas concepções criam um mecanismo psicológico compensatório das próprias mazelas, na criação de inimigos indefinidos e de problemas sem solução.
Do bom selvagem ao bom revolucionário é o primeiro ensaio contemporâneo sobre a civilização latino-americana que fornece uma interpretação nova e provavelmente exata. Isto significa que (como primeira condição de uma interpretação exata) o autor submete a uma rigorosa crítica as interpretações ora em voga. Por essa razão, o presente volume é indispensável para a compreensão não só da América LAtina, como também de uma boa parte do mundo, onde se reproduzem os mesmos fracassos, as mesmas incapacidades e as mesmas ilusões.
Além do seu objetivo imediato e do seu caso específico, a obra de Carlos Rangel constitui uma reflexão geral sobre a discrepância entre o que uma sociedade realmente é e a imagem que ela tem de si própria. A partir de que ponto essa separação se torna dilatada demais para ser compatível com o controle da realidade?
Esta é a pergunta de cuja resposta nos aproximamos através da história da América espanhola e por meio do confronto entre seus "mitos" e suas "realidades".
Política / Sociologia